6 temas que gostaríamos de ver na sexta temporada de American Horror Story

Os fãs de American Horror Story já estão acostumados com o sistema de antologia: cada temporada traz um ambiente e uma temática, geralmente uma combinação emblemática já explorada por clássicos do terror. Começamos com uma casa mal assombrada, depois voltamos nossa atenção no suspense psicológico de um hospício, conhecemos um lar onde habita um clã de bruxas, adentramos tendas de um circo dos horrores e fomos hóspedes de um hotel habitado por espíritos, serial-killers e vampiros. Apesar do telespectador estar habituado às mudanças, poucos estão treinados para controlar a impaciência. É possível que boa parte tenha roído as unhas até deixá-las bem rente aos dedos tentando adivinhar o tema da sexta temporada, ou que se distraía formulando teorias e analisando com lupa possíveis dicas em temporadas anteriores.

É o que nós também fizemos. Tendo em vista que a ansiedade tem grandes chances de acabar neste domingo (20), às 23h, com o anúncio do tema da sexta temporada de American Horror Story durante o encerramento da Paleyfest, nós da equipe do American Horror Story Brasil, separamos seis temas que gostaríamos de ver na próxima fase da série de Ryan Murphy e Brad Falchuck. Vocês, leitores, fizeram suas apostas? Essas são as nossas:

American Horror Story: Apocalypse 

Seria uma pena perder a oportunidade de relacionar o número da besta (666) com o fato de a série estar em sua sexta temporada. Pensem nas artes de divulgação! Segundo os rumores, a próxima história faria referência a algum tema já mencionado na primeira temporada. Em Murder House, a trama da Vivien (Connie Britton) remetia a Bebê de Rosemary com vários indícios de que seu filho concebido durante o estupro pelo Tate (Evan Peters) era o anticristo.

04

Com ares da série de filmes A Profecia, a nova temporada poderia se passar em um futuro onde uma criança demoníaca (fosse Michael Langdon ou não) crescendo e ascendendo até conquistar uma posição de poder, com risco de dominar o mundo e causar o apocalipse. O antagonista poderia ocupar um cargo político ou, como a temporada será gravada em Los Angeles e Hotel trouxe muitas referências ao cinema, ser uma estrela influente e idolatrada. Elementos do livro bíblico se fariam presentes, como Satanás – digam se houve vilão mais divertido do que a Mary Eunice (Lily Rabe) possuída e seu falso profeta, o Juízo Final, imoralidade sexual, os sete selos, as bestas, os Quatro Cavaleiros de forma concreta como representados por personagens principais ou abstrata (Peste, Guerra, Fome e Morte). Até seria interessante um grupo de adoradores do diabo e outro de fanáticos religiosos.

American Horror Story: Summer Camp

Confessamos que a maior parte dos administradores do site torcem o nariz quando pensam nesse tema, mas vamos considerar alguns indícios e a hipótese de ele ser bem trabalhado. Em Hotel, houve a Ramona Royale (Angela Bassett) fez uma referência a “Zé Colméia” (urso que no desenho animado vive em um acampamento/floresta), as cinzas de Donovan (Matt Bomer) foram depositadas em uma embalagem do café CAMPfire Gold (marca já utilizada em Freak Show), o filho de Liz Taylor (Denis O’Hare) menciona o desejo de praticar canoagem nas montanhas. Um indício que dá força à teoria é o fato de que atores de SQ deram a entender que a segunda temporada de Scream Queens se passaria em um acampamento de verão, mas a ideia foi deixada de lado e o outro seriado dos criadores de American Horror Story será ambientado em um hospital.

01

E se alguns elementos forem reaproveitados na sexta-temporada? A história poderia se passar em um acampamento pontado em uma área amaldiçoada em uma floresta assustadora. Os personagens poderiam ir até o local em busca de lazer e ser vítimas de massacres. O local poderia ser relacionado a um passado colonial com um desaparecimento misterioso de pessoas, como é o caso da Colônia Perdida de Roanoke já citada em Murder House. Lendas indígenas poderiam ser exploradas, caipiras macabros no melhor estilo do filme Amargo Pesadelo poderiam estar presentes (e cá entre nós, poucas cenas de terror perturbam tanto quanto passagens desse thriller dramático de 1972), citações a terror cinematográfico situada em florestas poderiam surgir a rodo (Sexta-Feira 13 de 1980, A Morte do Demônio, de 1981, Cabana do Inferno, de 2002, A Bruxa de Blair, de 1999, são alguns exemplos).

Por: Rafaela Tavares

American Horror Story: Harvest

Gore. Muito gore. Algo que creio que venha faltando nas últimas temporadas, com exceção de ”Hotel” em que tivemos algumas memoráveis cenas assim.

A história se passaria entre 1910-1920 em uma cidade no interior de algum estado americano. Toda a economia da cidade seria comandada por uma poderosa família dona de uma mansão em uma enorme fazenda onde todos os alimentos e grande parte dos empregos eram gerados. A trama giraria em torno do casal chefe da família e sua tradição grotesca por comer carne humana. Enquanto o canibalismo seria explorado no interior da fazenda de uma forma em que o pudor não seja respeitado, é possível adicionar mais um elemento grotesco e bastante repugnante – para alguns – que seria o incesto. O chefe da família e sua esposa seriam nada mais que irmãos, seguindo a tradição de se casarem e terem filhos para manter puro o sangue da família.  A mansão e a fazenda teriam sido erguidas após uma tribo indígena local ter sido completamente devastada. O chefe da tribo teria sido morto e seu corpo usado para se criar um grotesco espantalho para a plantação, a terra acabou por se tornar amaldiçoada e o espantalho passou a assombrar a família em todos os anos posteriores. Nada melhor que um espírito raivoso da crença indígena americana em um corpo de espantalho assombrando uma fazenda.

02

As referências? Bom, começando por Asylum, podemos nos lembrar da única cena de canibalismo do seriado inteiro, quando Mary Eunice oferece o corpo da mexicana para as criaturas de Dr. Arden (James Cromwell) devorarem. Em Freak Show, Dandy Mott (Finn Wittrock) fala abertamente sobre o canibalismo de forma breve durante uma consulta com seu psiquiatra. Então, um banquete feito de carne humana pra uma burguesia seria um belo jeito de expandir o tema abordado de maneira tão sucinta na série.

Se tratando de relações entre membros da mesma família, podemos lembrar que Glória Mott (Frances Conroy) se casou com o próprio primo em Freak Show, que tal seria tratar isso de maneira mais impactante com relações entre irmãos que aconteceram por várias gerações? E isso nos faz lembrar de grande parte dos acontecimentos de Murder House, onde foi explorado com intensidade o adultério. A primeira temporada também mexeu muito com questões psicológicas, aquelas que nos põem medo, causam angústia e etc. Na sexta temporada teríamos o incesto, algo que assim como o adultério, causa muita desordem no psicológico humano que tende a ser bastante conservador mesmo em pessoas de mente aberta.

Por: Matheus Rodrigues

American Horror Story: Juvy

American Horror Story sempre inseriu crianças ou adolescentes problemáticos em sua trama. Já tivemos de um mini-anticristo (Murder House), uma garota psicopata (Asylum), até pequenos vampiros inconsequentes (Hotel). É justamente por isso que a sexta temporada poderia abordar este tema, se passando numa espécie de internato onde pais desesperados enviam seus filhos delinquentes na tentativa de mudar sua conduta. As possíveis dicas para este tema estão em “Asylum”, quando o Monsenhor Timothy Howard demite Jude e cita que poderia enviar ela para um internato nesse estilo, e em “Hotel”, onde o tema é citado duas vezes, quando John Lowe e Will Drake enviam seus filhos para um internato (não no mesmo estilo do citado na teoria, mas poderia ser uma dica relevante).

03

Worcester Home for Wayward Girls é um presídio para jovens infratoras que fica no coração do estado de Pittsburg, que antes de ser um presídio, era um orfanato para garotas. Como cada temporada geralmente possui sua criatura misteriosa, esta não seria diferente. A criatura em questão (um Slenderman qualquer) estaria raptando as jovens detentas na floresta que cerca o presídio juvenil, deixando para trás somente suas roupas. A personagem de Sarah Paulson comandaria o lugar ao lado de Kathy Bates. Denis O’Hare seria um misterioso psiquiatra que tenta compreender a mente das detentas mais perigosos com absurdos métodos. Evan Peters teria uma estranha ligação com a criatura da floresta. Emma Roberts, a única garota que sobreviveu à criatura da floresta, mais tarde se tornaria uma ameaça para todos dentro do presídio. Casos reais poderiam ser abordados, como o da Beth Thomas, que foi vítima de abusos sexuais quando bebê, tornando-se uma menina cheia de raiva e incapaz de desenvolver afetos. Ela tentou matar o irmão e animais de estimação, matou passarinhos e pensava em esfaquear os pais.

Por: Gustavo Cavalcante

American Horror Story: Cult

O ano é 1970, em San Francisco, na California. Após a morte de sua esposa, o personagem de Evan Peters queria um novo começo em sua vida. Queria repostas, mas não sabia a quem perguntar. Certo dia, foi convidado para se juntar ao Templo; uma recém-fundada igreja liderada pelo reverendo interpretado por Denis O’Hare. A personagem de Sarah Paulson, filha mais velha do reverendo, é a encarregada de trazer almas perdidas para o Templo, fazendo os fiéis de fantoches desde o primeiro contato. Apesar de logo perceber que não se trata de rituais cristãos, o personagem de Evan tenta fugir, mas aos poucos, encontra-se envolvido pela curiosidade da nova experiência, cercado por extremistas religiosos, mentiras e membros insanos.

05

Ver uma trama nesse estilo levar uma reviravolta dos tão batidos filmes sobre “cultos malignos” mostrando como funciona o mundo estranho e cheio de regras das pessoas que vivem dentro de cultos seria interessante. Nas décadas de 60 e 70, pessoas eram sequestradas e sofriam desprogramações por verdadeiros vilões da vida real, como Ted Patrick. Uma época onde o mundo era extremamente conservadores, jovens envolvidos com novos movimentos religiosos, eram comumente levadas a psicólogos por suas respectivas famílias, usando pseudo-teorias científicas como “lavagem cerebral”. A maioria destes psicólogos trabalhavam para grupos anti-cultos.  Particularmente, eu gostaria bastante de ver um tema de duas “forças más” se enfrentando, com protagonistas anti-heróis dos dois lados combatendo as crenças opostas. Coven tentou isso, mas falhou.

Em Murder House, temos várias referências ao culto/grupo mais famoso existente, o de Charles Manson. Manson também é mencionado em Hotel. Ryan Murphy, co-criador de American Horror Story, já falou anteriormente sobre o interesse de fazer uma temporada relacionada a Manson, ou influenciada por ele.

American Horror Story: Over World

Antes de começar a explicar um possível enredo, tenho de deixar claro que minha inspiração são os jogos da franquia Silent Hill, caso não conheçam, vale a pena pesquisar. Muitos fãs do game que assistiram Hotel notaram algumas similaridades entre as tramas, sugiro uma lida neste artigo do site Co-op Geeks:

“Em Silent Hill temos histórias muito pessoais, que envolvem o medo primitivo do ser humano – seja por causa de crimes não descobertos, fantasias sexuais reprimidas, ou a culpa da perda de um ente querido; a cidade sombria existe e serve como o purgatório dos protagonistas que precisam pagar os seus pecados, ou prestar contas aos demônios interiores. Essa curta sinopse já é o suficiente para qualquer telespectador da quinta temporada de American Horror Story, criar paralelos entre a cidade e o Hotel Cortez, que esconde muitos segredos e em seu interior aprisiona almas perturbadas que precisam se redimir.”

06

O coração desta franquia está no seu compromisso com o absurdo e surreal, os jogos são lentos, atmosféricos e psicológicos. Os escritores de American Horror Story tem a capacidade de criar algo similar. A trama se iniciaria mostrando uma pequena família comum, focando no dia-a-dia do patriarca da família. Após um pesadelo estranho, o pai, interpretado por Dylan McDermott, acordaria num universo similar ao da cidade onde vivia, porém sua família sumiu e a cidade está completamente destruída e deserta. Aos poucos, criaturas bizarras que personificam os desejos e aflições mais profundas do protagonista aparecem, assim como versões “avessas” dos membros de sua família. Não vejo como isso funcionaria por 12 ou 13 episódios sem a trama se perder no decorrer da temporada, mas a premissa funcionaria e chamaria bastante atenção.

Por: Gabriel Fernandes

E vocês, visitantes? Provavelmente têm também suas teorias favoritos (ou desejos) de qual temática poderia ser explorada na próxima (ou nas próximas temporadas). Sinta-se convidado a escrever sua ideia em comentários enquanto se distrai até o anúncio oficial.

Por Gustavo Cavalcante em 20 de March de 2016

"We are living reminders". Publicitário, apaixonado por música, séries e filmes - nas horas vagas é colecionador de CDs, DVDs e Funko Pops.