Adina Porter não fazia ideia de que seria a estrela de American Horror Story: Roanoke

Adina Porter concedeu nesta semana uma entrevista ao E! News, onde conversou sobre a sexta temporada de American Horror Story. Confira a entrevista a seguir, traduzida:

Quando American Horror Story: Roanoke começou, poucos puderam prever como tudo terminaria, ou quem permaneceria vivo até o final. Assumimos que veríamos mais do casal que comprou a casa, ou dos atores que os interpretaram na reconstituição. No fim, foi Lee quem sobreviveu até quase o fim de todos os dez episódios graças ao fato de doar tudo para proteger sua filha, e também parcialmente devido ao coração que ela comeu.

Muitos fãs de seriados conhecem Adina Porter de True Blood, The Newsroom e The 100. Em Roanoke, ela interpretou Lee Harris, irmã de Matt (André Holland) e cunhada de Shelby (Lily Rabe). Ela passou boa parte da temporada simplesmente sendo entrevistada pelos produtores de um documentário chamado My Roanoke Nightmare, a respeito de seu tempo com seu irmão e cunhada em uma terrível casa assombrada, e dúvidas foram levantadas a respeito de seu envolvimento ou não na morte de seu ex-marido. Após o quinto episódio, tudo mudou, e Lee foi a única pessoal no elenco original de My Roanoke Nightmare a sobreviver a segunda temporada.

Nem Adina sabia se Lee havia cometido aquele assassinato ou não até ler a confissão que sua personagem fez no episódio 8, mas isso não é incomum para esta série, e para esta temporada em particular. E! News conversou com Adina para entender como é subitamente descobrir que você tornou-se a estrela surpresa de American Horror Story, e o quão secreta esta temporada realmente foi.

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E! NEWS: Como foi a sensação de ser uma “novata” e então tornar-se a estrela surpresa da temporada?

ADINA PORTER: Foi incrível. Eu não tinha ideia do que estava acontecendo. Assinei um contrato para American Horror Story para seis episódios, com a opção de ter mais quatro, então eu pensei que eu estaria interpretando com mais alguém. Ninguém sabia. Saberíamos quando os episódios viessem. Todo mundo morre em American Horror Story, então seria uma questão de quando e como, então todos estavam um pouco surpresos que seria eu a última sobrevivente.

E! NEWS: Então você realmente não fazia ideia do que estava vindo até os roteiros chegarem?

ADINA PORTER: Não, de maneira alguma. No começo, eu estava somente comigo, pois eu ficaria sozinha e filmaria as entrevistas, eu não estava nem com os outros membros do elenco. Só a equipe, o diretor e lembro que os produtores constantemente vinham até mim e me pediam desculpas por apenas ficar sentada e fazer monólogos. E eu dizia, “Por favor, não se desculpe, estou me divertindo, estou muito feliz e animada por estar envolvida”. Eles diziam “Você irá interpretar, no episódio três, iremos todos de volta à casa, todos estarão juntos e você irá interpretar”. Mas eu não acho que eles sabiam.

Lembro que uma vez, acho que quando estávamos gravando o episódio 7, eu ainda não havia recebido os roteiros do episódio 8, e Cuba Gooding Jr. veio até mim e disse, “Você terá muito o que fazer no episódio 8”. E então outras pessoas vinham até mim e diziam, “Menina, espera até você ler o episódio 8”. E eu dizia, “Bem, então me deixe ler”, pois obviamente eu terei muita coisa a fazer, e sabe, eu li, e pensei “Bem, estou viva no episódio 8, isso faz sentido. Algo acontecerá no episódio 9”. Eu não fazia ideia que seriam 10 episódios.

Perto do final do episódio 9, os produtores vieram até mim e diziam, “Como você se sente sendo a estrela?”, bem no fundo, eu dizia “Bem, estou assustada pra caramba e não vou deixar vocês saberem pois eu quero que vocês confiem em mim”. E então você fala a mesma coisa que todos dizem quando lhe dão uma ótima oportunidade: “Estou muito animada por estar aqui e muito obrigado por acreditar em mim com essa oportunidade”. E então você faz seu dever de casa, respira e vai, “Ok, posso lidar com isso”.

E! NEWS: Foi divertido para você como atriz não ter ideia sobre o que acontecer?

ADINA PORTER: Na verdade, não sei se divertido é a palavra certa, mas era parecido com estar em um teatro da improvisação, porque você não sabe o que vai acontecer, você só se mantém relaxada e vai adiante com o que é apresentado a você. E desta forma, foi empoderador, excitante e emocionante passar por todos os anos de trabalho que eu passei, chegar a esse momento particular e apenas estar preparada para o que vier.
Dizem que o trabalho policial é 90% tédio, 10% medo e adrenalina. Quando o momento está ocorrendo, você tem que descobrir o que fazer e todo seu treinamento lhe prepara para como reagir na situação. É mais ou menos o que eu senti. Basta relaxar e saber que você dá conta.
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E! NEWS: O elenco fez alguma teoria no set?
ADINA PORTER: Não, porque o elenco fica ocupado. Eles têm projetos para seguir depois deste, então eles estão presentes quando precisam estar presentes. Como há muitos roteiristas diferentes, nós passamos muito tempo ensaiando antes de começar a gravar para dizer “OK, quais são as circunstâncias apresentadas e a fala que estou pronunciando realmente representa o que aconteceu antes?” Porque cada roteirista faz sua seção, então, quando estamos juntos tentamos nos assegurar que o que fazemos agora faz sentido levando em conta o que aconteceu. Você nem sempre filma tudo em sequência, então os atores investem muito tempo e energia fazendo as coisas terem sentido, mas ninguém investe tempo pensando no que vai acontecer depois ou se vai sair vivo depois disso ou daquilo.
Quer dizer, talvez eu pensava nisso porque eu gosto de continuar empregada, mas sabe, Sarah Paulson, Angela Bassett, Cuba Gooding Jr. e Kathy Bates não tem que se preocupar com qual vai ser seu próximo trabalho. Acredito que eles estão confortáveis. Provavelmente o fato de que a maior parte do elenco está acostumado a ser morto em AHS ajuda. Verdade. Eu tenho que dizer que esse é um dos meus objetivos também. Eu quero fazer um trabalho bom o suficiente para ser convidada para voltar na próxima temporada.
E! NEWS: Quão intenso foi o processo de manter segredo? Você podia dizer para alguém que estava no seriado?
ADINA PORTER: Não, eu não podia. Não havia press release dizendo “Adina Porter, etc.” No começo eu ficava super paranoica com isso, porque eu não queria ser demitida. Então meus agentes não sabiam nada disso, e como eu também estava participado de The 100 ao mesmo tempo, chegou a um ponto em que eles precisavam saber se no que diz respeito a agenda eu estava disponível para ir para Vancouver gravar. Do episódio um ao três, eu ficava apenas um dia em American Horror Story, porque eram só monólogos ou gravações com foco na cabeça. Então, as pessoas da equipe de elenco, quando receberam esses telefonemas dos meus agentes, elas ficaram surpresas em perceber que meus agentes não tinham noção nenhuma sobre a história e que a Adina guardava segredos tão bem. A realidade é que Angela Bassett estava me interpretando, e isso é muito forçado até para se imaginar. Para quem você contaria isso? Você diz isso para alguém e a pessoa olha pensando em como você está delirando. Você nem quer pronunciar essas coisas.
E! NEWS: O que mais surpreendeu você, fora o fato de que você foi a sobrevivente final?
A coisa mais surpreendente foi quando eu comecei a ser comida. Foi surpreendente porque conforme vou lendo, estou capturada por essas pessoas, meu primeiro pensamento é “Oh, meu Deus! É a pior coisa que poderia acontecer comigo, eles vão me estuprar e me matar. Oh, meu Deus, é o pior que poderia acontecer”. Então, você vira a página, e você fica “Oh, meu deus, aquilo não era a pior coisa que poderia acontecer”. E esta é a real surpresa. Chegou a um ponto em que… Eu sou um pouco mole. Eu até assisto a um filme no estilo Jack Reacher, com o Tom Cruise, em que há muita ação, mas a violência não é violência real. Só que eu ainda escondo meu rosto quando pode haver violência. E até para sangue, eu os vi filmarem, vi quão falso era, e ainda assim eu continuava assustada. Eu cheguei ao ponto em que lia o roteiro durante o dia, porque não queria ter aquela espécie de pensamento passando pela minha cabeça e depois tentar dormir.
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E! NEWS: E haviam cenas particularmente macabras nesta temporada.
Eu me diverti muito em ter minha orelha cortada, uma perna fatiada, isso é incrivelmente macabro, mas aí chegamos à manipulação mental que uma mãe faz com sua filha para se favorecer. Era isso que eu mais gostava da primeira temporada – as coisas que a personagem da Jessica Lange diziam para a filha dela. Eu gostei muito dessa análise racional de que você é capaz de fazer qualquer coisa com seu marido ou com seu parceiro porque você é mãe de alguém. Eu amo esse tipo de maldade, de jogo mental e comportamento enciumado.
Tradução por Gabriel Fernandes e Rafaela Tavares

American Horror Story voltará a ser exibido pela FX com sua sétima temporada no próximo ano. Quais membros do elenco você gostaria de ver de volta?

Por Gabriel Fernandes em 24 de November de 2016

"Tu fui, ego eris". Arquiteto e urbanista, ilustrador independente, colecionador de mangás e grande apreciador do gênero terror em filmes, séries e jogos.