Kyle Allen, Timothy em ‘Apocalypse’, fala sobre canibalismo e o futuro da temporada

O primeiro episódio de American Horror Story: Apocalypse, “The End”, apresenta o público aos Campbells, uma família cujo filho mais velho, Timothy (Kyle Allen), acaba de descobrir que foi aceito para entrar na UCLA no outono. No meio da comemoração, eles recebem um alerta de texto informando que um míssil nuclear está indo em direção a Los Angeles.

A salvação vem na forma de agentes vestidos com Kevlar batendo na porta da família Campbells, informando a Timothy que ele foi marcado como uma pessoa geneticamente superior, e escolhido como protegido por um misterioso grupo de moradores ricos (provavelmente loucos) de um abrigo. Timothy é levado embora e se encontra como um dos poucos membros remanescentes da raça humana. Em uma série tão auto-referencial quanto American Horror Story, pode parecer estranho se concentrar em um novo rosto.

Mas Timothy, um ser humano geneticamente superior, está se preparando para ser um rosto familiar em uma temporada que promete um desfile de rostos familiares. A SYFY WIRE conversou com Allen após a estreia de Apocalypse para falar sobre “The End”, aquela cena de jantar hilária e trabalhar com profissionais em AHS.

SW: O que faz do Timothy ser geneticamente superior e digno de ser salvo?

KYLE ALLEN: Ele é inteligente, muito inteligente e perceptivo dos seus arredores, eu acredito. No começo ele é aceito pela UCLA, que não é uma faculdade fácil de entrar. E ele provavelmente tem um corpo forte, um sistema nervoso efetivo — é só o que eu assumi. Não é realmente explicado. Se o mundo termina você deve salvar as pessoas que são geneticamente perfeitos. Eu não acho que você faz isso com base na aparência, seria relacionado às suas capacidades.

SW: Como seria a vida de Timothy sem o inverno nuclear? Ele teria ido à UCLA, e depois?

KYLE ALLEN: Acho que ele teria uma boa vida, relativamente normal. Ele provavelmente teria inventado algo importante para a sobrevivência da humanidade. Talvez algo que impedisse o que aconteceu, se ele tivesse nascido mais cedo.

SW: Como é entrar de cabeça, sendo um novato, junto de pessoas que estão fazendo American Horror Story por tanto tempo?

KYLE ALLEN: Quero dizer, você só assiste e aprende. É realmente simples assim. Eles tem o seu ritmo próprio, vibe, jeito de trabalhar entre si. E você faz o melhor para não atrapalhar. Ficar atento, alerta. Escutar. Aprender a fazer o trabalho direito.

SW: Com quem você acha que aprendeu mais durante o período de filmagens?

KYLE ALLEN: Ah, isso é impossível. Você aprende um pouco com cada um deles. Evan Peters é completamente solto. Ele é um verdadeiro palhaço no sentido artístico, não no sentido literal — eu até acho que ele foi para uma escola de palhaços, se não me engano. Eles o deixam improvisar e tal. E Sarah Paulson, é muito, muito disciplinada e leva o seu trabalho bastante a sério. Ela consegue estar fazendo qualquer coisa e então se transforma na Srta. Venable e comanda o ambiente inteiro com sua voz e maneirismos. Se eu conseguisse pegar um pouco daquilo seria incrível, e se eu conseguisse pegar um pouco do palhaço que há no Evan também. E Kathy Bates é tão relaxada e tranquila. E ao assisti-la, você simplesmente compreende. É como se ela fosse mágica. É algo difícil de articular, mas se você a ver, ela faz nada e tudo ao mesmo tempo…

Cody [Fern] é bom de memória, ele tem uma ética de trabalho como ninguém. É incrível, nós todos chegamos e eles nos dão um monte de roteiros reescritos — eu nem sei se posso falar isso, mas tanto faz  — de último minuto, pois é assim que a televisão funciona… E nem todos conseguem memorizar. Você se vira com isso no dia e é assim que funciona. Mas Cody tem mais falas do que todo mundo, 10 vezes mais, e tudo é inteiramente memorizado. Eu não sei quando ele dorme. Certamente não tanto quanto o resto de nós. Ele tem um cérebro grande, ou algo assim. Não sei como é isso. Ele definitivamente tem a melhor história nesta temporada.

SW: Talvez ele seja superior.

KYLE ALLEN: É, ele definitivamente é. Uma pessoa geneticamente superior de verdade. E eu poderia continuar com uma lista do elenco, mas tomaria muito tempo.

SW: O que mais você pode me dizer da cena do jantar onde todos percebem que estão comendo uma pessoa? Como foi filmar aquilo?

KYLE ALLEN: Foi hilário. Eu não tive de comer da sopa. Timothy e Emily se encaram e ficam tipo, “Não vamos comer isso. É estranho.” Pois ele tem um cérebro geneticamente superior, então ele está tipo, “Não vou comer qualquer coisa que me ofereçam” enquanto todos estavam “om nom nom nom nom”. O que foi engraçado foi que um monte de pessoas gostou da sopa, e depois não gostaram. Então teve bastante murmúrios na mesa… Existem tantas pessoas diferentes, tantos ângulos e reações diferentes. Você tem que capturar tudo. Então foi o dia todo. Passamos seis horas filmando aquela cena.

E nós temos dietas restritivas nas filmagens, então não era carne mesmo na sopa. Eu acho que era sopa de jaca. A parte engraçada foi que Andre [Jeffrey Bowyer-Chapman] realmente gostou, mas aí achou um dedo. Todos odiaram. Tinham um cheiro bom, um pouco azedo. Então os cubos que tivemos de comer, era gelatina vegana. Não era Jell-O, mas era um tipo de gelatina de alga marinha. Mas de novo, ninguém gostou, só o Andre. Ele está afim de tudo. Tudo o que botam pra ele, ele fica tipo, “Ótimo! Achei isso fantástico!” É engraçado.

SW: Alguma coisa que as pessoas devam saber sobre o resto da temporada?

KYLE ALLEN: Preparem-se. Vocês provavelmente não sabem ainda o que está acontecendo, mas se você acha que sabe, está erado.

Novos episódios de American Horror Story: Apocalypse estreiam no FX USA quartas-feiras, às 23h00. No Brasil, a série passa no dia seguinte no FX Brasil, às 16h00. Para receber novidades diárias sobre American Horror Story, siga-nos também no FacebookTwitter Instagram.

Por Gabriel Fernandes em 17 de September de 2018

"Tu fui, ego eris". Arquiteto e urbanista, ilustrador independente, colecionador de mangás e grande apreciador do gênero terror em filmes, séries e jogos.