“Não faça sucesso tão cedo”, diz Sarah Paulson em entrevista à GQ

O portal da revista GQ, entrevistou Sarah Paulson recentemente. Sarah falou sobre o início de sua carreia, sobre não ter feito sucesso logo de cara, e mais.

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Talvez você conheça Sarah Paulson como a atriz que interpretou Marcia Clark (em American Crime Story: The People vs. O.J. Simpson, do FX) ou como uma de suas personagens em American Horror Story (ela está de volta na série esse mês), mas a carreira da atriz de 41 anos não progrediu tão rápido quanto ela esperava. Razão pela qual está tudo dando certo como ela queria.

Comece se decepcionando, se possível

Se a minha carreira tivesse se tornado a fantasia que eu achava que seria, nunca teria me feito feliz. Mas eu não tinha como saber disso até quando não aconteceu. Eu encontrei um sucesso que é muito maior, mais profundo, melhor, e foi porque aconteceu depois. Se o que tem acontecido comigo agora — o sucesso — tivesse acontecido antes, quando eu era mais jovem, eu estaria arruinada. Porque quando você é jovem, e as coisas vem até você de maneira fácil, e você faz sucesso logo de cara, você passa a acreditar que essa é a maneira correta, como as coisas acontecem. Você começa a pensar que não precisa estar preparado e se dedicar para que estas coisas venham até você.

Não fique calmo, mas siga adiante

Muito do que eu consegui foi através da minha força de vontade e incessante determinação. E eu não ouvia muitos “Tudo ficará bem. Você terá tudo o que quer.” Eu pegaria um trabalho, e então eu passaria 2 anos sem trabalhar. Ou eu pegaria um trabalho grande que de repente deixaria de ser relevante, ou eu o perderia no último minuto para alguém que acabaria ganhando o Oscar. Para mim, eu “cheguei lá” quando consegui um papel em “12 Anos de Escravidão” e interpretei uma mulher terrível e sem remorsos. Eu conheço amigos meus que disseram ter recusado o papel porque a mulher era muito desprezível. Aquilo me deixou perplexa de uma maneira que é meio imperdoável.

Escolha o caminho que não te leve a Julia Roberts

Houve uma época que eu acreditei que seria bem sucedida, que eu seria como uma coisa em particular. E esta coisa era a Julia Roberts. Eu era jovem e queria ser uma atriz, e sucesso significava ser uma enorme estrela do cinema. Tinha que parecer como a trajetória dos atores ao meu redor. Eu pensei, “Oh, eu quero fazer o que eles fazem,” e isto me cegou para as coisas que eu podia fazer. Eu estava tão ocupada querendo ser a Julia Roberts que nunca me ocorreu que a minha carreira poderia ser algo diferente. E que poderia ser igualmente rica, e—o mais importante de tudo—que seria minha, não importa como.

Sucesso de verdade é: tirar cochilos

Houve uma época em minha carreira que eu nunca, nunca diria não para algum trabalho—fosse um papel ou qualquer coisa que fosse necessário para entrar na boate Limelight sábado a noite. (Parece piada mas é verdade: Eu tentei entrar no Limelight em Nova Iorque—ou no Nell ou no Don Hill, ou qualquer que fosse o lugar do momento naquela época.) Eu estava tão desesperada por um trabalho, por ser reconhecida como uma pessoa legal, com medo de ser esquecida. E então, neste momento, a minha ideia de sucesso é poder dizer, “Eu não vou fazer este papel porque ele não fala a mim” ou “É meu dia de folga, e eu não vou fazer isso. Eu vou tirar um cochilo e ler um livro.”

Sarah Paulson pode ser vista atualmente em American Horror Story: Roanoke, que vai ao ar toda quarta-feira, às 22h no FX americano, e toda quinta-feira, depois da meia-noite, no FX Brasil.

Por Aloisio Kreischer em 20 de September de 2016