‘MURDER HOUSE’ E SUAS REFERÊNCIAS À CULTURA POP

Pondo de lado o elenco e os aspectos técnicos de American Horror Story (pontos fortes da série), há um outro aspecto que dá um selo de ótima qualidade à bem sucedida antologia de horror produzida pela parceria de Brad Falchuck e Ryan Murphy, que é um elemento majoritariamente ligado com a nostalgia: as referências à cultura pop. Filmes e séries de terror contam sempre com a familiaridade do telespectador com parte do tema apresentado e cada temporada de American Horror Story funciona como uma bizarra mistura de gêneros de terror e referências ao material já existente que serviu de inspiração.

Existem muitas referências no decorrer das temporadas, já fizemos uma lista sobre as inspirações de personagens vindas de pessoas e casos da vida real, e nesta nova coluna, vamos apresentar as referências de cada temporada, começando pela temporada inicial, Murder House.

1. A ABERTURA

A abertura da série foi produzida por Kyle Cooper, responsável pela abertura do filme Seven: Os Sete Pecados Capitais (1995). As duas aberturas contém um estilo bem similar: os frames rápidos, o uso de efeitos de filmagem antiga, o foco em detalhes que passam despercebidos à primeira vista e até a música é também parecida.


2. AS INSPIRAÇÕES PARA A TRAMA PRINCIPAL

O tom obscuro da série foi feito com base na série Dark Shadows do canal ABC, série esta que a avó de Ryan Murphy o forçava a assistir quando ele era jovem para que ele fosse mais “durão”. Ryan também diz que o plot principal da série teve como base os filmes O Bebê de RosemaryInverno de Sangue em VenezaHorror em Amityville e O Iluminado (a versão de Kubrick). Dos filmes citados, o primeiro é o que mais carrega similaridades com a primeira temporada: uma vizinha amigável demais que eventualmente traz doces envenenados e um estupro causado por uma entidade não-humana levando a uma gravidez que gera um bebê com tendências malévolas.

Já o filme Inverno de Sangue em Veneza (1973, British Lion Films) tem em comum com Murder House a premissa inicial: uma família que se muda para uma nova cidade após a perda de um filho. E a cena com os Harmon chegando em Los Angeles de carro indo rumo à casa provavelmente tenha sido uma referência para a os Torrance indo de carro para o Hotel Overlook em O Iluminado (1980, Warner Bros.), um local assombrado que afetaria as relações entre os membros da família.

 

3. AS INSPIRAÇÕES PARA OS PERSONAGENS

A personagem Billie Dean Howard (Sarah Paulson), a médium amiga de Constance (Jessica Lange), foi criada inspirada na personagem Tangina Barrons interpretada por Zelda Rubinstein no filme Poltergeist (1982).

De acordo com Ryan Murphy, Constance foi criada inspirada na personagem Blanche da versão de 1995 do filme Uma Rua Chamada Pecado. Nesta versão, a personagem foi interpretada por Jessica Lange, e a infame matriarca da família Langdon seria uma versão mais madura desta personagem.

Durante o processo de casting, a personagem Violet Harmon foi prevista com um visual mais… gótico. A mudança no estilo da personagem aconteceu após a escolha de Taissa Farmiga para o papel. A filha do casal Harmon carrega muito em comum com a personagem Lydia Deetz (Winona Ryder), de Os Fantasmas se Divertem (1998). Lydia era uma jovem problemática, mal-interpretada por muitos, cuja família mudou-se para uma casa assombrada. Ela aos poucos se afeiçoou pelo lugar macabro e tornou-se amiga dos fantasmas da casa. Outros interesses de Lydya: chapéus, roupas folgadas que não carregavam um padrão ou combinavam, planejava seu próprio suicídio e usava uma postura valente para esconder seu lado emocional.

Sabemos que a inspiração por trás da história de Tate Langdon (Evan Peters) vem dos jovens criminosos que mataram 13 alunos na Columbine High School no terrível Massacre de Columbine, mas este é apenas um ponto que inspirou a saga e caráter do personagem. No primeiro episódio, “Pilot”, o monólogo que o problemático rapaz fala sobre a sujeira no mundo se assemelha bastante às frases de Travis Bickle, interpretado por Robert De Niro no filme Taxi Driver (1976). Tate chega a citar o ator no episódio 5, “Halloween Pt. 2”, e no episódio 6, “Piggy Piggy”, repete o gesto de arma na cabeça que Travis faz no filme.

Tate também é uma referência ambulante à cultura grunge, mais precisamente à Kurt Cobain. Tate cometeu o massacre na Westfield High School e foi morto pela polícia no mesmo ano em que o então vocalista do Nirvana cometeu suicídio, 1994.

4. AS REFERÊNCIAS NA TRILHA SONORA

Além da trilha sonora original, a série também conta com o uso de já trilhas já usadas originalmente em outros filmes de terror/suspense. Dentre as mais famosas podemos destacar as seguintes:

Aqui seria uma referência dupla, o assobio de fundo no monólogo de Tate vem originalmente do filme A Morte Tem Cara de Anjo (1969, British Lion Films), porém, a cena em que o jovem Langdon caminha pelos corredores da Westfield High é similar à cena em que Elle Driver (Daryl Hannah) assobia esta música enquanto caminha pelos corredores de um hospital no filme Kill Bill (2003, Miramax Films).

5. REFERÊNCIAS GERAIS

Família Addams: a famosa família já eternizada em contos de horror com toques de comédia é citada por Violet Harmon no primeiro episódio, “Pilot”.

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Gasparzinho (1995, Universal Pictures): não, não é uma brincadeira! Existem várias similaridades apontadas por fãs entre Murder House e a primeira adaptação live-action de uma história com o fantasminha camarada:

  • O patriarca da família é um psiquiatra que supostamente tem que ajudar fantasmas a seguir seu caminho através de terapia – Constance pôs Tate na terapia com o Dr. Harmon (Dylan McDermott) com o intuito de fazê-lo seguir para a “outra vida”.
  • A filha adolescente começa uma amizade com um dos fantasmas, que depois mostra um pouco da história da casa através de fotografias no sótão – Violet e Tate.
  • O pai de Gasparzinho quer trazer seu filho de volta à vida de qualquer maneira possível – Dr. Montgomery (Matt Ross) e Thaddeus.
  • Um rico empresário que ameaça apropriar-se da casa e demoli-la – Joe Escandarian.

Não podemos também esquecer que Hayden (Kate Mara, saudades) faz um comentário sarcástico citando o nome de Gasparzinho no nono episódio da temporada, “Spooky Little Girl.”

O guia da Eternal Darkness Tour, introduz a casa que a família Harmon mora contando a história de seu dono original, Charles Montgomery, um drogado com um “complexo de Frankenstein.”

Frankenstein foi um conto de horror criado por Mary Shelley, quando ela tinha apenas 18 anos. O conto falava da história do peculiar doutor tentando recriar vida humana dentro de seu próprio laboratório. Para isso, Dr. Frankenstein costurou várias partes de diferentes humanos e animais, criando um monstro terrível. Ele abandonou a criatura e retornou para sua casa, buscando viver uma vida normal. O monstro, sozinho e confuso, era temido por todos por conta de sua aparência medonha. Os anos passaram e ele tornou-se violento, buscando violência contra a humanidade e o seu criador, que o abandonou.

Se trocarmos alguns trechos deste breve resumo, junto de nomes, poderíamos estar falando mais uma vez de Charles e Thaddeus Montgomery.

Os Estranhos: este é um filme de terror sobre três estranhos usando máscaras que torturam e aterrorizam um casal em sua casa de férias. Assim como o grupo no episódio 2, “Home Invasion”, o filme também conta com um grupo composto por duas mulheres e um homem. O homem usa apenas um saco enquanto as mulheres usam máscaras modeladas.

Os dois grupos também começam a crueldade mandando uma mulher sozinha à porta da família, se passando por uma pessoa em perigo. É interessante o fato de que Os Estranhos é parcialmente inspirado pelos assassinatos da família Manson – família esta que American Horror Story referencia por vezes.

‘MURDER HOUSE’ E SUAS REFERÊNCIAS À CULTURA POP

Pondo de lado o elenco e os aspectos técnicos de American Horror Story (pontos fortes da série), há um outro aspecto que dá um selo de ótima qualidade à bem sucedida antologia de horror produzida pela parceria de Brad Falchuck e Ryan Murphy, que é um elemento majoritariamente ligado com a nostalgia: as referências à cultura pop. Filmes e séries de terror contam sempre com a familiaridade do telespectador com parte do tema apresentado e cada temporada de American Horror Story funciona como uma bizarra mistura de gêneros de terror e referências ao material já existente que serviu de inspiração.

Existem muitas referências no decorrer das temporadas, já fizemos uma lista sobre as inspirações de personagens vindas de pessoas e casos da vida real, e nesta nova coluna, vamos apresentar as referências de cada temporada, começando pela temporada inicial, Murder House.

1. A ABERTURA

A abertura da série foi produzida por Kyle Cooper, responsável pela abertura do filme Seven: Os Sete Pecados Capitais (1995). As duas aberturas contém um estilo bem similar: os frames rápidos, o uso de efeitos de filmagem antiga, o foco em detalhes que passam despercebidos à primeira vista e até a música é também parecida.

2. AS INSPIRAÇÕES PARA A TRAMA PRINCIPAL

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Dark Shadows (1966 – 1977, ABC)

O tom obscuro da série foi feito com base na série Dark Shadows do canal ABC, série esta que a avó de Ryan Murphy o forçava a assistir quando ele era jovem para que ele fosse mais “durão”. Ryan também diz que o plot principal da série teve como base os filmes O Bebê de RosemaryInverno de Sangue em VenezaHorror em Amityville e O Iluminado (a versão de Kubrick). Dos filmes citados, o primeiro é o que mais carrega similaridades com a primeira temporada: uma vizinha amigável demais que eventualmente traz doces envenenados e um estupro causado por uma entidade não-humana levando a uma gravidez que gera um bebê com tendências malévolas.

Já o filme Inverno de Sangue em Veneza (1973, British Lion Films) tem em comum com Murder House a premissa inicial: uma família que se muda para uma nova cidade após a perda de um filho. E a cena com os Harmon chegando em Los Angeles de carro indo rumo à casa provavelmente tenha sido uma referência para a os Torrance indo de carro para o Hotel Overlook em O Iluminado (1980, Warner Bros.), um local assombrado que afetaria as relações entre os membros da família.

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O Bebê de Rosemary (1968, Paramount Pictures)

3. AS INSPIRAÇÕES PARA OS PERSONAGENS

A personagem Billie Dean Howard (Sarah Paulson), a médium amiga de Constance (Jessica Lange), foi criada inspirada na personagem Tangina Barrons interpretada por Zelda Rubinstein no filme Poltergeist (1982).

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Zelda Rubistein como Tangina e Sarah Paulson como Billie Dean

De acordo com Ryan Murphy, Constance foi criada inspirada na personagem Blanche da versão de 1995 do filme Uma Rua Chamada Pecado. Nesta versão, a personagem foi interpretada por Jessica Lange, e a infame matriarca da família Langdon seria uma versão mais madura desta personagem.

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Jessica Lange como Blanche em Uma Rua Chamada Pecado (1995, CBS Television)

Durante o processo de casting, a personagem Violet Harmon foi prevista com um visual mais… gótico. A mudança no estilo da personagem aconteceu após a escolha de Taissa Farmiga para o papel. A filha do casal Harmon carrega muito em comum com a personagem Lydia Deetz (Winona Ryder), de Os Fantasmas se Divertem (1998). Lydia era uma jovem problemática, mal-interpretada por muitos, cuja família mudou-se para uma casa assombrada. Ela aos poucos se afeiçoou pelo lugar macabro e tornou-se amiga dos fantasmas da casa. Outros interesses de Lydya: chapéus, roupas folgadas que não carregavam um padrão ou combinavam, planejava seu próprio suicídio e usava uma postura valente para esconder seu lado emocional.

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Winona Ryder como Lydia em Os Fantasmas se Divertem (1988, Warner Bros.)

Sabemos que a inspiração por trás da história de Tate Langdon (Evan Peters) vem dos jovens criminosos que mataram 13 alunos na Columbine High School no terrível Massacre de Columbine, mas este é apenas um ponto que inspirou a saga e caráter do personagem. No primeiro episódio, “Pilot”, o monólogo que o problemático rapaz fala sobre a sujeira no mundo se assemelha bastante às frases de Travis Bickle, interpretado por Robert De Niro no filme Taxi Driver (1976). Tate chega a citar o ator no episódio 5, “Halloween Pt. 2”, e no episódio 6, “Piggy Piggy”, repete o gesto de arma na cabeça que Travis faz no filme.

Tate também é uma referência ambulante à cultura grunge, mais precisamente à Kurt Cobain. Tate cometeu o massacre na Westfield High School e foi morto pela polícia no mesmo ano em que o então vocalista do Nirvana cometeu suicídio, 1994.

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Kurt Cobain (acima) e Robert De Niro (abaixo) como Travis em Taxi Driver (1976, Columbia Pictures)

4. AS REFERÊNCIAS NA TRILHA SONORA

Além da trilha sonora original, a série também conta com o uso de já trilhas já usadas originalmente em outros filmes de terror/suspense. Dentre as mais famosas podemos destacar as seguintes:

Música tema dos Montgomery, vinda do filme Drácula de Bram Stoker (1982, Columbia Pictures)

Aqui seria uma referência dupla, o assobio de fundo no monólogo de Tate vem originalmente do filme A Morte Tem Cara de Anjo (1969, British Lion Films), porém, a cena em que o jovem Langdon caminha pelos corredores da Westfield High é similar à cena em que Elle Driver (Daryl Hannah) assobia esta música enquanto caminha pelos corredores de um hospital no filme Kill Bill (2003, Miramax Films).

5. REFERÊNCIAS GERAIS

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A Família Addams (1964, MGM Television)

Família Addams: a famosa família já eternizada em contos de horror com toques de comédia é citada por Violet Harmon no primeiro episódio, “Pilot”.

Gasparzinho (1995, Universal Pictures): não, não é uma brincadeira! Existem várias similaridades apontadas por fãs entre Murder House e a primeira adaptação live-action de uma história com o fantasminha camarada:

  • O patriarca da família é um psiquiatra que supostamente tem que ajudar fantasmas a seguir seu caminho através de terapia – Constance pôs Tate na terapia com o Dr. Harmon (Dylan McDermott) com o intuito de fazê-lo seguir para a “outra vida”.
  • A filha adolescente começa uma amizade com um dos fantasmas, que depois mostra um pouco da história da casa através de fotografias no sótão – Violet e Tate.
  • O pai de Gasparzinho quer trazer seu filho de volta à vida de qualquer maneira possível – Dr. Montgomery (Matt Ross) e Thaddeus.
  • Um rico empresário que ameaça apropriar-se da casa e demoli-la – Joe Escandarian.

Não podemos também esquecer que Hayden (Kate Mara, saudades) faz um comentário sarcástico citando o nome de Gasparzinho no nono episódio da temporada, “Spooky Little Girl.”

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Melhor que “Violate”.

O guia da Eternal Darkness Tour, introduz a casa que a família Harmon mora contando a história de seu dono original, Charles Montgomery, um drogado com um “complexo de Frankenstein.”

Frankenstein foi um conto de horror criado por Mary Shelley, quando ela tinha apenas 18 anos. O conto falava da história do peculiar doutor tentando recriar vida humana dentro de seu próprio laboratório. Para isso, Dr. Frankenstein costurou várias partes de diferentes humanos e animais, criando um monstro terrível. Ele abandonou a criatura e retornou para sua casa, buscando viver uma vida normal. O monstro, sozinho e confuso, era temido por todos por conta de sua aparência medonha. Os anos passaram e ele tornou-se violento, buscando violência contra a humanidade e o seu criador, que o abandonou.

Se trocarmos alguns trechos deste breve resumo, junto de nomes, poderíamos estar falando mais uma vez de Charles e Thaddeus Montgomery.

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Querida, costurei o bebê.

Os Estranhos: este é um filme de terror sobre três estranhos usando máscaras que torturam e aterrorizam um casal em sua casa de férias. Assim como o grupo no episódio 2, “Home Invasion”, o filme também conta com um grupo composto por duas mulheres e um homem. O homem usa apenas um saco enquanto as mulheres usam máscaras modeladas.

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Os dois grupos também começam a crueldade mandando uma mulher sozinha à porta da família, se passando por uma pessoa em perigo. É interessante o fato de que Os Estranhos é parcialmente inspirado pelos assassinatos da família Manson – família esta que American Horror Story referencia por vezes.

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Comparativo entre Os Estranhos (2008, Rogue Pictures) e American Horror Story: Murder House

Motel Diabólico: talvez seja um pouco forçado, ou não. Neste filme nós temos um ex-açougueiro que tornou-se um assassino, ele usa um cabeça de porco como máscara. No episódio 6, “Piggy Piggy”, um dos pacientes do Dr. Harmon conta ter medo de uma lenda urbana que carrega o mesmo nome do episódio, a lenda fala sobre uma história similar ao filme.

Atração Fatal (1987, Jaffe/Lansing Productions): aqui podemos ver similaridades entre o enredo que circundou os personagens Ben Harmon, Vivien Harmon (Connie Britton) e Hayden McLaine (Kate Mara).

Dan Gallagher (Michael Douglas) é perseguido por uma de suas amantes, Alex Forrest (Glenn Close). Mesmo tendo um caso curto, Alex ficou obcecada por Dan e toma medidas drásticas para tê-lo de volta. Alex o perturba através do telefone por várias vezes, e termina revelando que está grávida e que irá manter o bebê. Após um término difícil e violento, Dan se muda para um outro estado, junto de sua família.

Mesmo após terem mudado de estado, Alex continua sua perseguição e, em certo ponto, a ex-amante cozinha vivo o animal de estimação da família. Hayden não chegou a este ponto, mas fez uma pegadinha com Vivien, fazendo-a pensar que havia botado Hallie, o mascote dos Harmon, dentro do microondas.

Clube dos Cinco (1985, Universal Pictures): a história mostra um dia na vida de cinco adolescentes que, por terem se comportado mal na escola, ficam detidos um sábado inteiro e tendo que redigir um longo texto, com mais de mil palavras, sobre o que eles pensam sobre si mesmos. Apesar de muito diferentes, eles acabam se conhecendo melhor e dividindo seus dramas pessoais.

Ao encontrar na praia um grupo de adolescentes estranhos no episódio 4, “Halloween Pt. 1”, Violet primeiramente imagina que eles estão fantasiados devido ao Halloween, e pergunta se eles são o “Clube dos Cinco Mortos”, fazendo menção ao filme. Numa situação diferente e bem mais trágica, o fantasmagórico grupo de estudantes também terminou se reunindo na biblioteca de sua escola, enquanto tentavam fugir do assassino que estava matando os alunos da Westfield High. Os personagens até foram caracterizados de maneira condizente ao perfil dos protagonistas do filme.

Helter Skelter: esta referência não vem de um filme, programa de televisão ou de uma obra literária. Enquanto o casal peralta pensa no que fazer com Leah, a garota que estava praticando bullying contra Violet, há um pequeno corte de cena onde Tate aparece sussurrando “Helter Skelter” para a câmera. Helter Skelter é, originalmente, uma música dos Beatles, que pode ser ouvida no The White Album. Porém, sua associação é maior ao nome de Charles Manson.

Charles Manson ensinou seus seguidores, conhecidos como “A Família,” sobre suas visões de Helter Skelter – uma guerra racial apocalíptica. Ele acreditava que Helter Skelter iria dizimar a maioria dos seres vivos do planeta, deixando ele e A Família tomando de conta do que sobrar. Ele também acreditava que os Beatles haviam previsto este futuro, e o papel dele nisso, deixando mensagens escondidas em suas músicas – doidão.

Visando iniciar o Helter Skelter, Manson ordenou A Família a cometer assassinatos brutais.

“Ah, mas ele não tem culpa. Ele só é confuso.” Sei.

A Família Addams e Frankenstein não são as únicas referências literárias que acontecem na primeira temporada, aqui segue uma lista de outras obras que também podem ser notadas:

  • The Stranger, por Albert Camus: Violet é vista lendo este livre no segundo episódio, “Home Invasion”.
  • Nana, por Ai Yazawa: Violet também é vista lendo este mangá no quinto episódio, “Halloween: Part 2”.
  • Durante a cena onde Tate é morto pela polícia de Los Angeles dentro de seu quarto, podem ser notados os seguintes livros: A Doll’s House por Henrik Ibsen; Water’s Edge: Domestic Politics and the Making of American Foreign Policy por Paula Stern; A trilogia Lord of the Rings e The Hobbit por JRR Tolkien;
  • No episódio 8, “Rubber Man”, três livros são referenciados. Little Lord Fauntleroy por Frances Hodgson Burnett e Ode to a Nightengale por John Keats são mencionados por Hayden para Tate. Moira também (Frances Conroy) cita um trecho de um conto importante da literatura feminista para Vivien, The Yellow Wallpaper por Charlotte Perkins Gilman.

E então, leitores? Faltou alguma referência à cultura pop nesta lista, notada por vocês na primeira temporada? Diga nos comentários! Agradecemos ao trabalho incrível de quem conseguiu reunir boa parte das referências dessa lista (como as últimas referências literárias), e principalmente à Rafaela Tavares, outra redatora da equipe que tem uma ótima memória e notou boa parte das obras referenciadas nesta lista. Caso você queira compartilhar o conteúdo deste artigo de outra forma, nós agradecemos se puder nos creditar.

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