Kathy Bates recusou rogar para Satã durante gravações de ‘Apocalypse’

É tão bom ter Kathy Bates onde ela merece estar.

A vencedora de Oscar não participou da sétima temporada de American Horror Story para participar da comédia Disjointed, na Netflix. Mas Kathy retornou em Apocalypse, interpretando uma humana e versão robótica de uma ex-agente Mossad e braço direito do anticristo Michael Langdon (Cody Fern).

Com a finale de Apocalypse na próxima semana, o portal EW falou com Bate sobre ser um robô e ser amiga de Joan Collins.

ENTERTAINMENT WEEKLY: Quando você decidiu retornar, sabia que iria interpretar um robô neste ano?

KATHY BATES: Não. Não. Não. Nem sabia também que iria ser uma satanista. Tenho que falar, quando eu peguei o roteiro e li que iriam me fazer rezar para Satã, eu os chamei no meu trailer e falei, “Caras, não vou rezar para Satã. Cody pode fazer isso, pois ele é Satã.” Mas eu estava muito séria a respeito disso, pois sobrevivi o câncer duas vezes e não vou mexer isso com isso! [Ri.] É terrível o suficiente ter que dizer “Hail Satan” algumas vezes. Eu sei que é entretenimento mas eu não quis fazer isso. Mas Tim [Minear] me deu um pouco mais de informação sobre, mas era o mesmo de todo ano. Eles lhe dão uma ideia bruta e quando você pega um roteiro e fala, “Meu Deus! Eu não sabia que isso ia acontecer!”

EW: Me fale do cabelo — foi ideia sua?

KB: Foi ideia do [co-criador Ryan Murphy]. Eles queriam que fosse platinado. Eu disse, “Meu couro cabeludo não vai aguentar, gente.” Então fomos com preto e eu na verdade amo! Vou deixar assim por um tempo. Meio que me anima.

EW: Você pulou a última temporada, então como foi retornar para AHS? Foi divertido se reconectar com todos?

KB: Ah, Deus, sim. E sabe quem eu adoro? Nós nos apaixonamos — Joan Collins. A adoro. Fomos jantar algumas vezes. Eu a amo e o marido dela também, Percy. Eles são para manter por perto. Tem sido um prazer inesperado.  E eu adorei trabalhar com Cody. Eu, claro, o vi em Versace e o achei maravilhoso. Eu tremendamente amei trabalhar com ele. Mas tenho que dizer, quando as bruxas atravessaram aquele campo, subitamente todas viraram um grupo e era somente nós dois. Então, não pude ver muito Sarah Paulson, Billie Lourd, Leslie Grossman, Adina Porter ou qualquer uma das garotas, então eu fiquei meio triste por não poder passar um tempo com elas.

EW: Você e Gabby Sidibe ficaram tão próximas durante Coven — vocês puderam passar algum tempo juntas?

KB: Não. Quero dizer, ela estava indo e voltando para Empire. Ela até mandou mensagens dizendo que ela tinha que usar roupas sujas de sangue no avião porque ela estava atrasada e disse que as pessoas não se importavam. Não, eu a adoro. Um abraço aqui e ali. Acho que nós pudemos nos abraçar quando eu estava sendo cozinhada.

EW: Como foi ser queimada na fogueira? Foi assustador ficar lá?

KB: Não. Foi engraçado. Eu estava amarrada na fogueira e nosso gerente de produção veio e ficamos falando dos horários. [Ri.] Não foi assustador. Eu estava tentando descobrir como fazer aquilo. Ryan disse, “Eu amo quando você fica Shakespiriana!” [Ri.] Foi ótimo estar com todos!

EW: Você acha que Sra. Mead foi a personagem mais obscura que você interpretou em AHS?

KB: É, ela… Eu não sei se a posso descrever pois ela era cheia de camadas, em várias maneiras. Eu realmente me pluguei na parte Mossad. Ela era uma assassina e não tinha emoções a respeito daquilo. Ela era bem robótica, mecânica e rígida, e eu penso que estava cheia de fervura e ódio, e tudo mais. Mas foi legal interpretar alguém rígido daquele jeito.

EW: Eu amei o primeiro episódio onde Mead e Venable (Sarah Paulson) se vestem, sentam perto do fogo, e conversam. Você acha que aquelas personagens tiveram um relacionamento romântico?

KB: Não. Eu não acho. Penso que as pessoas notaram nuances sexuais. Mas nunca discutimos isso e certamente agora que já passamos pela série e sabemos o que acontece, ela veio da Corporativa com Venable. Acho que Venable sabia bem quem Mead era.

EW: Conversei com Cody semanas atrás e ele louvou bastante sobre trabalhar com você. Este é um dos primeiros grandes papeis dele. Como foi trabalhar com ele?

KB: O que eu notei primeiramente foi o quão focado ele é, e o tanto de pesquisa que ele faz e pensa a respeito. Ele me deu um lindo livro com desenhos de Blake. Conversamos bastante sobre a arte juntos, e compartilhamos dicas. Ele está bem atento que isto é tipo a terceira coisa que ele já fez. Ele está muito animado. Leva sua mente para quando você era jovem. Eu ainda estou apaixonada pelo o que eu faço mas é bom vê-lo tão animado e focado em trabalhar muito e ser parte disso. Eu acho que ele está fazendo um lindo trabalho. Adoro a calma dele. Ele é um ator incrivelmente preparado e está realmente aproveitando a oportunidade para dar o seu melhor.

EW: Ele é bem cuidadoso. Ele tinha toda uma história até para os movimentos das mãos do Michael.

KB: Eu sei. Nós meio que comparamos dicas assim. De certa forma, interpretei uma personagem tão austera nesta temporada, eu mantive uma bíblia. Existem muitas camadas com o que está acontecendo, como as maçãs e a história de Adão e Eva e a criação. Eu descobri que podia ir cada vez mais fundo com o material. Me descobri ficando bastante animada com os temas nesta temporada.

EW: Como foi ter Sarah Paulson como diretora?

KB: Tenho que dizer, ela é uma atriz maravilhosa mas é uma diretora melhor ainda, e aqui está o porquê: ela tem autoridade no set, até quando as coisas estão loucas e ficam loucas pois estamos gravando tão rápido. Ela não perde o controle. Continua com mão firme. Obviamente, ela sabe o que os atores precisam. Ela é bem direta a respeito do que quer. E sabe sobre câmeras então ela pode ser bem específica sobre o que ela precisa ver num frame e o que precisam dar para ela. Eu amei o episódio dela. A outra coisa que notei a respeito foi que eu gostei que ela usou bastante close-up. [Ri.] Ela não fugiu deles como normalmente fazem. Eu adorei o ritmo do que ela fez. Estou muito orgulhosa e feliz, e espero que ela faça mais. Ela é maravilhosa. Maravilhosa!

EW: Você pode adiantar algo sobre o final? Será uma batalha entre Mead, bruxas e Michael?

KB: Está definitivamente chegando ao clímax. Ali foi onde estávamos filmando dois ou três episódios ao mesmo tempo, então estou tendo um pouco de dificuldade para lembrar. [Ri.] Mas penso que será muito bom, pelo que posso lembrar. Será uma grande surpresa, eu acho.

EW: Você retornará para outra temporada de AHS?

KB: Eu não sei. Adoraria! Eu amo trabalhar com Ryan. Ele é um gênio. E Tim é um amor. É como voltar pra casa. Eu também amo John Landgraf e amo o FX. É bom estar ali.

American Horror Story: Apocalypse é exibido todas as quintas-feiras às 01h00 (horário de Brasília) no FX USA, e exibido no Brasil no dia seguinte, quinta-feira, por volta das 15h40, no FX Brasil. Para receber novidades diárias sobre American Horror Story, siga-nos também no FacebookTwitter Instagram.

Por Gabriel Fernandes em 11 de November de 2018

"Tu fui, ego eris". Arquiteto e urbanista, ilustrador independente, colecionador de mangás e grande apreciador do gênero terror em filmes, séries e jogos.