Os falhos experimentos de ‘Blue Moon’, penúltimo episódio de ‘AHS: Double Feature’

Diferente de Red Tide, que foi mais coesa em termos narrativos, Death Valley foi claramente dividida entre seções do passado e do presente. Assim, existe uma diferença de qualidade dentre as seções, com maior foco, até então, nas conspirações de 1950 e menor foco nos jovens sequestrados pelos extraterrestres. Pela maior parte, apesar de alguns tropeços, os flashbacks tem sido a parte mais efetiva de Death Valley. A audiência não necessariamente precisa dos jovens do presente, pois estão mais interessados em como os extraterrestres fincaram raízes nos Estados Unidos ao invés dos problemas de homens grávidos. Mas essa é nada além de uma nota tardia, pois já estamos na reta final.

Com o passar dos anos, os esforços para gerar híbridos de humanos e alienígenas pelos misteriosos extraterrestres de 1950 parecem estar chegando perto de algo familiar para os terráqueos. Vimos as primeiras tentativas com o bebê-monstro que Amelia Earhart (Lily Rabe) gerou, mas estão se aproximando, observando que a aparência de Theta (Angelica Ross) parece metade humana. Entretanto, eles possuem centenas de experimentos falhos dentro de jarros de vidro como um museu de anomalias que vimos em Freak Show, e todos estes experimentos vieram de algum lugar.

Aparentemente a equipe criativa não pretende deixar nenhuma teoria da conspiração do governo americano deste período de tempo intacta. Marilyn Monroe (Alisha Copper) e John Kennedy (Mike Vogel) foram mortos por saber demais e não conseguirem guardar segredo, as abduções drasticamente aumentando em escala, Valiant Thor (Cody Fern) aparece e o país está prestes a ter um grande crescimento tecnológico, e por esta razão, uma história precisa ser criada para encobrir estes acontecimentos. A história, claro, é a ida à lua, que American Horror Story faz questão de falar com todas as letras que foi um evento falso dirigido por Stanley Kubrick e filmado num estúdio na Área 51. Aparentemente, os humanos poderiam ter ido à lua, porém não seria valeria a pena todo o esforço pois nenhum avanço científico seria obtido dali já que Valiant Thor possui coisas melhores em sua maleta de metal. Infelizmente, estes presentes vindos de outro mundo possuem um preço caro, pois eles partem de cooperação voluntária do governo americano ou através da força.

A seção preto e branco do episódio contém momentos visuais marcantes para a série em termos de horror. Toda a cena de Eisenhower caminhando através do labirinto subterrâneo da Casa Branca enquanto é guiado por gritos é o suficiente para causar arrepios, e há um interessante enquadramento dos três presidentes vidrados na sala de observação lotada de experimentos falhos, com uma ótima atuação de Karl Makinen e Neal McDonough. Voltando ao presente, as cenas dos nascimentos foram horripilantes e interessantes de acompanhar. A forma como o bebê híbrido de Troy (Isaac Cole Powell) é morto chega a ser bem chocante e o ator consegue ser bem presente na triste situação.

american horror story de Love, The Phantoms

Ao contrário dos momentos com extraterrestres em Asylum, aqui a história recebe mais atenção e não parece ser algo pensado de última hora, por mais que a execução seja… Estranha e extremamente apressada. Não é ótimo, mas quem gosta de teorias das conspiração com extraterrestres pode se divertir enquanto assiste. Death Valley, como um todo, não tem engajado tanto quanto Red Tide. Entretanto, este episódio começa a finalmente amarrar as tramas e nos prepara para a season finale desta temporada.

Por Gabriel Fernandes em 20 de October de 2021

"Tu fui, ego eris". Arquiteto e urbanista, ilustrador independente, colecionador de mangás e grande apreciador do gênero terror em filmes, séries e jogos.