Sarah Paulson fala sobre dirigir Jessica Lange em ‘Return to Murder House’

Ela realmente é a Suprema.

Não somente Sarah Paulson está interpretando três personagens diferentes nesta temporada de American Horror Story, mas ela também está fazendo sua estreia como diretora no importante episódio desta semana. Sarah guiou a viagem desta semana à infame Murder House, que marcou o retorno de Connie Britton, Dylan McDermott e Jessica Lange.

No intervalo das filmagens do último episódio de Apocalypse, a EW falou com Sarah Paulson sobre o massivo episódio, dirigir Jessica, e fechar os portões da Murder House.

ENTERTAINMENT WEEKLY: Não somente foi a sua estreia como diretora, mas também um importante episódio. Como isso aconteceu?

SARAH PAULSON: Então, basicamente, o que aconteceu é que eu deveria dirigir neste ano. Eu tenho dito a Ryan por muitos anos as coisas que eu quero fazer. Então ele finalmente pegou o meu blefe e disse, “Ok, você vai dirigir esse ano. Você vai dirigir o episódio oito.” Eu recebi uma nota da minha agente dizendo as datas, assinando um contrato. Não havia como escapar.

E então recebi um telefonema do Ryan, que me disse, “Eu vou lhe colocar para dirigir o episódio seis. Será grande, é uma hora e meia de episódio e vai ser ótimo. Será um grande episódio crossover. Jessica irá retornar e será somente um monte de pessoas sentadas em ambientes conversando,” e eu fiquei tipo, “Ok.” À propósito, Cordelia estava com uma grande carga no episodio cinco, então eu estava trabalhando muito como uma atriz. E então eu recebo o roteiro e há 72 cenas nele. Onde a maioria dos nossos episódios tem entre 28 e talvez 40, no máximo 50. Isto foram 22 scripts a mais numa agenda que deveria ser avisada e, você sabe, para alguém que nunca fez isso antes, poderia ser um pouco sufocante. Ao mesmo tempo, como você e eu falamos antes, eu gosto de um desafio e gosto de me jogar em algo que não há outra saída a não ser mergulhar. Se eu parasse por um momento e tentasse imaginar como eu iria sobreviver, eu provavelmente nem teria saído de minha casa pela manhã.

EW: Você e Jessica são obviamente grandes amigas. Como foi dirigir o retorno dela como Constance?

SP: Eu estava intimidada. Ela é a pessoa com quem eu mais atuei na minha vida profissional e nunca fugiu de mim o quão impressionante é ouvir a mim mesma falar que a o parceiro de cena que eu mais tive foi Jessica Lange. De fato, eu fico com inveja de mim quando falo isso em voz alta. Quero dizer, eu primeiro trabalhei com ela quando eu tinha 29 anos, e agora tenho 43 e digo, “Você pode ir um pouco para a esquerda, Jessica, e ah, Jessica, eu tenho uma ideia sobre como fazer esta cena. Jessica você poderia abaixar o copo antes de…” Repentinamente tudo isto virou uma dinâmica muito diferente para nós duas trabalharmos.

Entretanto, você sabe, Jessica não havia participado mais de American Horror Story em quatro anos (três) e então para ela foi voltar para casa, mas também pareceu muito novo e ela estava muito interessada e faminta para minhas ideias e foi o que tornou mais fácil e me deixou mais confiante a lhe dar um tapinha no ombro e falar, “Isso é o que eu estava pensando sobre esta cena.” Falar para uma das melhores atrizes do mundo que eu tinha um nota sobre o que ela deveria fazer, a audácia disso não foge de mim mas eu não tinha escolha. Era o meu trabalho. Mas a coisa sobre Jessica é que ela oferece muito a você. Existe um monte de opções a cada quatro palavras — para ela poderiam ser cinco melodias e seis mudanças de nota. Você tem tanto para trabalhar que imediatamente lhe inspira a pensar em trinta coisas diferentes que você poderia sugerir a ela para tentar. Eu sei que é tendencioso falar isso, mas acho que ela está muito, muito bonita neste episódio.

EW: Acho ótimo vocês terem dado finais para todos estes personagens.

SP: Também achei. É, um pouco de encerramento e também um pouco de esperança em alguns pontos.

EW: Você tem alguma cena ou momento que particularmente lhe deixou orgulhosa?

SP: Eu acho que posso lhe dizer que o que eu gostei mais quando estava dirigindo foi a morte de Constance. Nós tocamos a música inteira toda vez que nós gravamos e eu filmei tudo diferentes tipos de lentes e velocidades de filme. Nós provavelmente passamos três ou quatro horas gravando aquilo e depois assistimos tudo inteiramente, e toda vez a equipe aplaudia quando ela terminava, e o nosso operador de câmera virou para depois do primeiro take com lágrimas nos olhos, “Foi tão triste.” Ela tinha esse tipo de potência e efeito nas pessoas. É por isso que ela é Jessica Lange, porra. Foi uma coisa incrível para mim poder fazer parte e moldar o caminho que aquilo seria filmado e o jeito que iria aparecer, e o que eu queria ver.

Adicionalmente, a missa negra quando os satanistas chegaram. Eu achei que foi muito assustador e fiquei orgulhosa que eu não me intimidei da parte do assassinato que foi tão horrível, e eu achei que atriz que fez a mochileira foi tão boa e aquilo foi uma coisa muito ruim. Quero dizer, foi algo que fizemos no quarto dia e tem efeitos especiais e peitos sendo rasgados e sequências com chuva. Eu tive aquele flash da Mead (Kathy Bates) vendo o rosto da garota quando seu coração está prestes a ser arrancado. Fui ao editor e pedi, “Podemos ter um flash de quando ela chega no carro?”

E eu acho que fico orgulhosa do final do episódio onde não estava no roteiro que Madison iria fechar o portão da casa, e eu adicionei aquele final. Eu pensei que seria uma linda maneira de ter um pouco de encerramento, e sabemos que Violet (Taissa Farmiga) e Tate (Evan Peters) se reuniram, e Moira (Frances Conroy) estava mais ou menos livre da casa e que Constance está lá com seus filhos. Eu achei que havia um pouco de esperança naquilo. Mesmo que nós estejamos indo para o futuro sem saber o que Michael irá fazer e é American Horror Story, então essa esperança não vai durar muito, mas você entende o que eu falo.

EW: Você é a atriz que está em todas as temporadas de AHS. Então, dirigir esse episódio importante que liga temporadas importantes deve ter sido muito legal.

SP: Sim, eu estava consciente daquilo e passei muito tempo assistindo tanto Coven quanto Murder House. Eu assisti repetidamente antes de começar, mas novamente, eu não tive muito tempo antes de começar, então houveram muitas noites sem dormir onde eu estou olhando para algo e falo para Holland [Taylor, namorada], “Não desligue as luzes, estou trabalhando ainda.”

Nós tivemos que refazer a cozinha [a cozinha dos Harmon onde Constance fala sobre Michael] no lote da FOX e não ficou pronto até o domingo antes, então eu fui no domingo e fiquei quase duas horas na cozinha colocando meu iPhone em lugares diferentes com esse aplicativo que você pode testar câmeras diferentes, para ver o que eu iria querer botar na câmera. Então, foi um pouco cansativo mas acho que é como eu funciono, então aquilo foi divertido.

EW: Billie Dean Fala para Madison que conheceu alguns Montgomerys antes. Isso significa que Madison possui parentesco com Dr. Montgomery e sua esposa, Nora, a.k.a. as pessoas que já foram donas da Murder House?

SP: Sim, eu acredito que sim.

EW: Você está filmando a finale agora. O que pode falar a respeito?

SP: Tudo o que eu posso falar é que ainda estou filmando. Significa que eu ainda não terminei.

EW: Ou então você está num papel novo, já que nessa temporada você interpretou 12 pessoas.

SP: Sim, basicamente no último episódio todos estão mortos e estou interpretando todo mundo. Eu fico somente trocando as perucas do Saturday Night Live na minha cabeça.

American Horror Story: Apocalypse é exibido todas as quartas-feiras às 23h00 (horário de Brasília) no FX USA, e exibido no Brasil no dia seguinte, quinta-feira, às 15h20, no FX Brasil. Para receber novidades diárias sobre American Horror Story, siga-nos também no FacebookTwitter Instagram.

Por Gabriel Fernandes em 20 de October de 2018

"Tu fui, ego eris". Arquiteto e urbanista, ilustrador independente, colecionador de mangás e grande apreciador do gênero terror em filmes, séries e jogos.